Editorial

Muito além de 17 dias

É difícil calcular o tamanho do impacto que eventos como grandes feiras têm para os municípios que as sediam. A Fenadoce, por exemplo, não é de hoje que está consolidada como uma das principais marcas de Pelotas. Falar dos atrativos e potenciais da cidade sem mencionar estas pouco mais de duas semanas em que milhares de pessoas vão ao Centro de Eventos em busca de entretenimento, gastronomia, ofertas, bons negócios e, obviamente, os doces tradicionais é omitir um traço marcante do turismo e da economia local.
No entanto, como relata reportagem de Cíntia Piegas nesta edição, a Pelotas do doce vai muito além deste período de feira. Embora a concentração nos pavilhões estruturados pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) represente uma aceleração nas vendas em curto espaço de tempo – e resultem em empregos temporários, renda e ótimos lucros a quem vende –, há um ecossistema doceiro silencioso que funciona o ano todo.
A estimativa com a qual o Município trabalha indica que quatro mil pessoas estejam diretamente envolvidas com a criação, produção e venda dos doces pelotenses. Segundo a Prefeitura, existem 812 empresas registradas com a classificação de atividade econômica de fabricação específica de tortas e bolos. Contudo, o número de trabalhadores e de negócios ligados aos doces e confeitos provavelmente é ainda maior, já que não é segredo a existência de muitas pessoas com este talento que ganham a vida na informalidade, em busca do sonho de um empreendimento formal, registrado.
Logo, por mais que neste momento todos os olhos de pelotenses, de gaúchos, de quem vive em outros estados e até mesmo de muitos vizinhos uruguaios, por exemplo, se voltem naturalmente à Fenadoce, o evento é apenas parte – muito importante, é inegável – do resultado do esforço de milhares de pessoas que se dedicam a esta tradição de Pelotas. Ao longo do ano, em grandes confeitarias ou em pequenas cozinhas, o doce garante a circulação de muito dinheiro na economia local. O que reforça a importância de os holofotes e incentivos a este setor serem significativos também antes e após a feira. O trabalho por este patrimônio de Pelotas é muito intenso – e resiliente – também fora destes 17 dias.

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